quarta-feira, 27 de junho de 2012

defeitos paternais


Discretamente  prostrava-se em silêncio no lugar vazio em frente ao seu progenitor enquanto imaginava explosões cinematográficas da sua mioleira e projectava maneiras divertidas de desmembrar o homem gordo e careca que lhe massacrava o juízo com palavras indecentes a um ciclo de parentalidade. Nojento nojento nojento, chama-lhe a fábrica cretina de espermatozóides sem cuidados.
Esperava por Janeiro, quando os lobos assomassem nas redondezas, soltaria as galinhas num piar ampliado e banharia o seu pai recentemente morto em banhos de sangue galináceos. Finalmente sentiria o cheiro a ligeireza projectado pelos destroços do progenitor tornados merda desfeita na neve branca.