A primeira vez que se dirigiu ao Psiquiatra, irrompeu numa vergonha desmedida, que lhe atraiçoava a timidez com a falta de pudor das bochechas pintadas de um vermelho escarlate. O médico indiferente, escrevinhando num papelito amarelado, perguntou-lhe sobre as maleitas, ignorando que a confissão que viria a descobrir o faria tremer de nojo nas semanas seguintes até se abandonar à loucura da incompreensão humana, evacuando o seu consultório sem desígnios de regressar. Temeroso de ser atraiçoado pelas crenças do Psiquiatra, que o poria imediatamente numa instituição, afirmou possuir um problema de índole sexual. O Psiquiatra renovado de interesse, questionou-o sobre a temática, abordando parafilias sem discriminação. Após tê-las percorrido insensatamente, cruzou os braços contra o seu corpo num acto de demonstração inconsciente de enfado, pelo que o homem engoliu a sua doença e afirmou masturbar-se enquanto assistia a enforcamentos. O Psiquiatra oscilou na cadeira procurando organizar o cérebro que disparou em correntes eléctricas inúteis que lhe serviam apenas a curiosidade e questionou-o acerca da sua vida sexual normal, que descobriu ser inexistente, cedeu então a perguntar-lhe o porquê dos enforcamentos, pelo que o homem timidamente respondeu que a morte sempre o atraiu mais do que um par de mamas.