segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

verborreia


Trago a demência para o jantar, uma qualquer disposição para a incerteza e a constatação do observável. Alcanço um espelho e vejo uma boca ao contrário, se faço o pino fico a sorrir impotente. Se me contas uma piada faço o pino e sorris para o meu sorriso invertido. Às vezes, nas minhas ervas daninhas, sou um ramalhete de desistências sem interrupções, atiro-te escárnios na esperança que seja o suficiente para que partas, porque não partindo na insanidade, hei-de impedir-te que partas depois, hei-de atirar-me ao chão, espernear e projectar-me para o teu pescoço e atiçar-te desejos com beijos salivosos no pescoço que rejeitarás acusando-me de infantilidade mas que se foda, se não ficas que se foda o orgulho. Atiro-me às tuas pernas como um cão, mordo-te os calcanhares o suficiente para ensanguentar, ofereço-te os cuidados básicos, prometo ficar no sofá, atiro-me para a cama quando estiveres a dormir, acordo-te com beijos antes que partas e que se foda o orgulho, hei-de pedir-te milagres para me salvares destes ciclos gangrenosos que me atiçam o desequilíbrio.