A sua mãe estoirou os miolos no ano de 1952 quando um aborto semicerrado a deixou calcinada internamente e a empurrou para uma depressão sem precedentes ou pretendentes pois viu-se forçada a abandonar os lençóis do marido, naturalmente preenchidos por empregadas pretas que riam alto enquanto atingiam orgasmos fingidos na ânsia de que o patrão as submetesse a trabalhos menos duros. Começou a visitar a mãe no quarto das empregadas, atirada para uma cama de colchões doridos onde espelhava a sua dormência num sono prolongado por dores corporais intensas. Perante o coma apenas cessado por horas, iniciou-se na leitura dos romances de crianças, cujos finais felizes animam o ego e encerram a mente num positivismo nocivo que contrastado com a realidade falha continuamente deixando o corpo num pesar contínuo.
A mãe reagia às flutuações prosódicas da filha com entusiasmo triste de ver o seu corpo magro desperdiçado em horas vãs de leitura em vez da procura de casório que a estabelecesse condignamente numa quinta ensolarada próxima de um riacho onde pudesse largar as roupas apertadas e nadar com o corpo nu entre os tira-olhos que a assustavam em criança, certa de o nome derivar do seu comportamento mortífero para a visão. Certa de não pretender alcançar o final feliz da história despejada avidamente pelos lábios da filha, encomendou à amante do marido a arma de caça, esperou que a preta se convencesse de que a sua morte lhe faria benefícios. Quando, por fim, a preta se convenceu de que preencheria os lençóis do seu patrão, ascendendo na cadeia alimentar à poltrona da mesa principal, abasteceu-se da arma do futuro marido, encerrou-a entre as mamas voluptuosas e entregou-a com a desenvoltura da consciência leve fruto de racionalizações do futuro que se avizinhava e da necessidade de cumprimento das ordens da sua patroa. A sua mãe estoirou os miolos no ano de 1952, a pobre encontrou o seu amado numa festa onde perdeu um sapato de cristal, relembrou o final feliz da história enquanto o seu rosto deformado se desbotava em colorações arroxeadas a combinar com a batina dos religiosos que desprezava.
A mãe reagia às flutuações prosódicas da filha com entusiasmo triste de ver o seu corpo magro desperdiçado em horas vãs de leitura em vez da procura de casório que a estabelecesse condignamente numa quinta ensolarada próxima de um riacho onde pudesse largar as roupas apertadas e nadar com o corpo nu entre os tira-olhos que a assustavam em criança, certa de o nome derivar do seu comportamento mortífero para a visão. Certa de não pretender alcançar o final feliz da história despejada avidamente pelos lábios da filha, encomendou à amante do marido a arma de caça, esperou que a preta se convencesse de que a sua morte lhe faria benefícios. Quando, por fim, a preta se convenceu de que preencheria os lençóis do seu patrão, ascendendo na cadeia alimentar à poltrona da mesa principal, abasteceu-se da arma do futuro marido, encerrou-a entre as mamas voluptuosas e entregou-a com a desenvoltura da consciência leve fruto de racionalizações do futuro que se avizinhava e da necessidade de cumprimento das ordens da sua patroa. A sua mãe estoirou os miolos no ano de 1952, a pobre encontrou o seu amado numa festa onde perdeu um sapato de cristal, relembrou o final feliz da história enquanto o seu rosto deformado se desbotava em colorações arroxeadas a combinar com a batina dos religiosos que desprezava.
